Minha irmã já me dizia:
- Pra pior não tem limite.
Quando no dia 12 de janeiro de 2010, as 15h11min, escrevi sobre ser “triste um fim de mundo assim”, me referindo ao calor insuportável que fazia na cidade do Rio de Janeiro, com sensação térmica de 50°C, jamais poderia imaginar que, poucas horas depois, um terremoto de 7 graus na escala Richter atingiria o Haiti deixando um sem-número de mortos.
Jamais poderia imaginar que um terremoto de tal magnitude iria arrasar a infraestrutura da capital, Porto Príncipe, deixando 10% dos prédios destruídos e milhares de desabrigados.
Jamais poderia imaginar que a situação humanitária na cidade iria se tornar tão grave em tão pouco tempo, que faltaria água e comida e que os milhares de mortos iriam ser amontoados no meio das ruas num cenário semelhante ao Holocausto.
Jamais poderia imaginar que o mundo, literalmente, desabaria na cabeça daqueles que habitam a ilha de história conturbada.
O outro mundo tenta acelerar a ajuda humanitária ao país para evitar o colapso. Mas o governo local já relatou saques, episódios de violência e a volta à ação de gangues armadas.
– Isso tudo já não seria o colapso? – eu me pergunto.
– Definitivamente, não sei. Porque pra pior não tem limite, já dizia minha irmã...
capa do JB de hoje: "haiti. sempre pode piorar." pouco mais de uma semana depois desse terremoto, outro de 5,9 graus. e aí? será que para por aí?!
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